Diário de Bordo: 2 dias no Cairo, Egito
Chegar ao Egito era um dos momentos mais esperados desta viagem de 21 dias pela Europa e África. Era um sonho, principalmente meu, ver de perto as famosas pirâmides de Gizé. E, por isso, poder entrar dentro de uma delas foi um dos momentos mais emocionantes da minha vidaaaaa!!!!!
Quer saber como foi essa e outras experiências vivenciadas pelo D&D Mundo Afora? Acompanhe agora o diário de bordo dos nossos 2 dias no Cairo.
APROVEITE PARA LER TAMBÉM:
No total, essa viagem durou 21 dias, dois deles em voo. Além do Cairo, visitamos ainda Londres, Amsterdam, Paris, Veneza, Florença e Roma.
Aproveite para ler outros posts sobre esta viagem:
1 – Primeira vez na Europa e na África
2 – Diário de Bordo – 5 dias em Londres
3 – Diário de Bordo – 2 dias em Amsterdam
4 – Diário de Bordo – 3 dias em Paris
5 – Diário de Bordo – 1 dia em Veneza
6 – Diário de Bordo – 2 dias em Florença
7 – Diário de Bordo – 3 dias em Roma
8 – Diário de Bordo – 2 dias no Cairo
DIÁRIO DE BORDO: 2 DIAS NO CAIRO
1º dia – 22 de abril – Diário de Bordo – 2 dias no Cairo
Nós saímos de Istambul, na Turquia, à 00:35 hora (horário turco), já no dia 22. E chegamos ao aeroporto do Cairo por volta das 01:45 horas. Aproximadamente duas horas de voo.
Assim que aterrissamos, nos encontramos com o simpático Ahmed, o transferista da empresa Star Day Tours, do nosso amigo e parceiro Sherif El-Naggar.
Como ele é credenciado, já estava dentro da área de desembarque e, com toda agilidade e profissionalismo, organizou todos os procedimentos burocráticos da nossa chegada (como compra do visto, a passagem pela imigração e a retirada de nossas bagagens) e nos conduziu até o hotel Best View Pyramids, onde ficamos hospedadas.
➤ Importante: para entrar no Egito é necessário tirar o visto. Mas isso é feito lá mesmo dentro do aeroporto, antes de passar pelo controle de passaporte. É muito simples. Só chegar no local e pagar a taxa. Em abril de 2018, o valor era 25 dólares.
Assim que chegamos ao hotel por volta das 3 horas da manhã, o Ahmed também já agilizou todo nosso check in. Atendimento nota mil da equipe da Star Day Tour.
O Best View Pyramids é muito bom, tem diárias em conta, é limpinho e possui quartos e banheiros muito espaçosos.
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E o melhor: fica de frente para o complexo das pirâmides de Gizé. Aliás, tem uma das vistas mais privilegiadas da região.
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Porém, o lado negativo, é que o hotel está em um bairro muito ruim. Na periferia do Cairo. E a vizinhança não é a das mais bonitas …
Bom, mas voltando à nossa chegada. Mesmo mortas de cansaço e com muito sono, a primeira coisa que eu perguntei quando entramos no quarto foi: “e a vista das pirâmides?”
Rapidamente, o rapaz abriu a janela que fica em cima da cama e nos mostrou o monumento. Fiquei arrepiada, mesmo não sendo uma vista tão grande.
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Pirâmide de Quéops vista da janela do quarto do Best View Pyramids – Diário de Bordo: 2 dias no Cairo |
Depois, ele me levou até o terraço do hotel, onde fica a área do café da manhã para me mostrar “A VISTA”.
Meu Deussssssssssssssss. Arrepiar foi pouco para demostrar o que eu senti quando vi, pela primeira vez, aquelas grandiosidades, todas iluminadas.
Sem palavras até agora!!!!
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Como disse, é uma vista privilegiada e, por isso, compensou a localização ruim.
Emocionada, voltei para o quarto para dormir algumas horinhas e, enfim, começar nosso tour pelo Cairo ao lado de mamis e Danubia.
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Início do tour: nós dormimos das 4 às 7 horas da manhã. Só três horinhas. Com sono, mas com a ansiedade a mil por hora, levantamos e fomos tomar café.
Mas confessamos que foi bem decepcionante (kkk), principalmente para mamis, que sempre espera ansiosa por este momento nas viagens.
O café era continental e o rapaz serviu apenas uma bandeja para cada uma de nós com um pão doce, dois ovos cozidos, duas fatias de queijo, um iogurte, chá, geleia e manteiga. Também veio uma cesta de pães e falafel.
Mamis quase não comeu nada porque não era nada daquilo que ela esperava comer kk. Mas até que estava gostoso.
Depois desse legítimo breakfast egípcio, o outro Ahmed, o guia, veio nos buscar por volta das 9 horas para iniciarmos o passeio pela cidade.
Nossa primeira parada não poderia ser diferente: o complexo das Pirâmides de Gizé, a 20 quilômetros do centro do Cairo, onde estão localizadas as três mais famosas pirâmides do mundo: Quéops, Quéfren e Miquerinos. Elas são as únicas das sete maravilhas do mundo antigo ainda de pé.
Como ainda não tínhamos trocado o dólar pela Libra Egípcia, o Ahmed comprou para a gente o ticket da visita. Em abril de 2018, o ingresso estava custando 120 Libras por pessoa.
Ver as pirâmides de pertinho foi um dos momentos mais emocionantes desta viagem (aliás, de toda a nossa vida). Como sempre estudamos sobre essas construções tão antigas, com quase cinco mil anos, ao chegar perto delas, minha reação foi: elas são de verdade mesmo!!!!!!!!!!!!!
Não temos palavras para descrever esse momento. Só indo lá para ver e tentar entender um pouco dos mistérios que as rodeiam. Um deles é a forma como elas foram erguidas: como e quem as teria construído? Escravos, trabalhadores egípcios, Et’s?
De que forma aqueles cerca de três milhões de blocos gigantes pesando mais de duas toneladas cada um foram levados para lá? Em embarcações pelo rio Nilo? Foram construídos ali mesmo? Colocados por alguma ação divina? Sem contar o encaixe perfeito das pedras sem uso de qualquer cimento ou outro material de “colagem”.
Várias são as explicações, incluindo algumas lendas. Mas o fato é que elas impressionam e aguçam o imaginário de milhares de pessoas há centenas de anos.
As três pirâmides foram construídas para serem tumbas dos reis Quéops, Quéfren e Miquerinos. Pai, filho e neto, respectivamente.
E o nosso primeiro contato foi com a pirâmide de Quéops que tem 146,5 metros de altura e foi construída em 2550 a.C..
Chamada de Grande Pirâmide, é o monumento mais pesado que já foi erguido pelo homem. São cerca de 2,3 milhões de blocos. Cada pedra pesa aproximadamente 2,5 toneladas. Já pensou??? 😮😮😮.
Para entrar na pirâmide de Quéops, é preciso pagar 300 Libras Egípcias (valor em abril de 2018). Mas fomos aconselhadas pelo nosso guia a entrarmos na Miquerinos: a menor, mais fácil e mais barata kk.
E a primeira coisa que fizemos, além de tirar milhares de fotos de todos os ângulos, foi subir nas pedras desta grande pirâmide. Olha o tamanho destes blocos!!!
E olha só minha alegria de estar tão pertinho das Pirâmides do Egito.
Nossa próxima parada foi em um mirante dentro do complexo de onde se tiram as fotos tradicionais das três pirâmides juntas. Aliás, pose foi o que não faltou nestes poucos minutos no local.
É ali também que se pode fazer os passeios de camelo. Danubia até tentou, mas, depois de um escândalo kkk, resolveu apenas subir e tirar algumas fotos.
Diz ela que é muito alto e a sela estava meio bamba e torta, não dando segurança (para não dizer que estava morrendo de medo, né kkk).
Veja a cara de Danubia em cima do animal. É muito engraçada!!!!
➤ E aqui vai um alerta: os donos dos animais fazem de tudo para ganhar dinheiro de nós, turistas. Primeiro, um deles disse que eram 12 dólares por pessoa para ir até as pirâmides e voltar. Como seriam Danubia e eu, o valor cobrado foi de 24 dólares.
Mas eu desisti antes mesmo de tentar. E Danubia, apenas subiu, deu uma pequena voltinha de alguns míseros metros e pousou para as fotos comigo e mamis embaixo.
Na hora de cobrar, o rapaz disse: “Vou fazer 15 para duas pessoas”. Ãh???? Como assim? Eu respondi: mas, como duas pessoas, se eu nem subi no camelo? Ele tentou explicar, disse que eu tinha tirado foto na frente e, mesmo acompanhadas de um guia, tivemos que pagar os 15 dólares para evitar estresse.
Também ouvimos relatos de que eles falam um preço na hora de subir e dizem que para descer tem que pagar mais um valor. Então, fique esperto.
Nesta foto, olha ele tentando convencer mamis a subir no bicho kkk. Já pensou mamis andando de camelo pelas areias do deserto do Cairo!!! Ia ficar para história…
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Camelos aguardando os turistas para os passeios em frente às pirâmides de Gizé – Diário de Bordo: 2 dias no Cairo |
Nossa próxima parada foi na pirâmide de Quéfren, com 136 metros de altura, a segunda maior do Egito.
Das três, ela é a única que ainda permanece com o seu topo intacto, revestido com pedras calcárias originais. Essa parte branca na ponta.
Deixando Quéfren para trás, seguimos para a pirâmide de Miquerinos, a menor das três com 62 metros de altura.
Ela, aliás, é a única que já não tem nenhum revestimento de pedra calcária por fora. Por isso, sua tonalidade é mais escura.
Lá, tivemos a oportunidade de ter uma das experiências mais marcantes de nossas vidas: entrar dentro da pirâmide.
O ingresso para entrar na Miquerinos estava sendo vendido a 60 Libras Egípcias por pessoa.
Mamis ficou do lado de fora com o guia e eu e Danubia entramos. Lá dentro não tem nada. Apenas os espaços vazios, onde antes, há mais de 4500 anos, estavam enterrados o corpo do rei Miquerinos (Menkauré, em egípcio antigo) e seus tesouros.
Mesmo assim, vale a pena entrar. É uma experiência muito bacana e inesquecível.
Lá dentro, não é permitido tirar fotos com máquinas fotográficas. Mas pode usar o celular sem problema e nós pudemos registrar esse momento em fotos e vídeos.
Confesso que achei que seria bem mais difícil entrar na pirâmide. Mas somente a descida não é tão fácil porque a escada é um pouco em pé e os degraus são feitos apenas com umas tirinhas de madeira pregadas. Mas também não é nada “de outro mundo”. Foi muito tranquilo.
Uma das muitas coisas curiosas que descobrimos na viagem é a origem do buraco que tem na frente desta pirâmide de Miquerinos.
Foi feito pelo filho do sultão Saladino, que tem um nome bem difícil e comprido (kk): Malek Abd al-Aziz Othman ben Yusuf. Ele tentou demolir o monumento, mas só conseguiu tirar algumas pedras.
Depois da Miquerinos, nosso próximo destino foi o planalto de Gizé, onde está localizada a Grande Esfinge, a maior estátua do mundo construída em um único bloco de pedra calcária.
Com 73,5 metros de comprimento; 20,22 metros de altura; e 19,3 metros de largura, possui cabeça de homem (dizem ser o rosto do faraó Quéfren) e corpo de leão.
E por que a esfinge não tem o nariz? Assim como as pirâmides, várias teorias e lendas explicam o fato. Uma delas, a mais divulgada, é que teria sido obra de Napoleão quando invadiu o Egito em 1798. Outra história aponta os mamelucos como responsáveis, pois teriam usado o rosto da estátua como alvo para calibrar os canhões.
A teoria mais aceita, porém, é que os cristãos coptas ou otomanos tenham arrancado o pedaço entre os séculos XVI e XVII como forma de punição. Naquela época, o nariz dos ladrões era extirpado para seu fácil reconhecimento.
A área da esfinge é grande, mas, já pela manhã, estava lotado. Muitas pessoas, assim como eu e Danubia, aproveitaram para fazer aquelas fotos “jacús” que não podem ficar de fora dos álbuns no Egito.
E mamis? Como mamis estava andando há 20 dias de sandália e meia, por conta do dedo com bolha, as solas dos pés dela já estavam doendo.
Como a área onde estão as pirâmides e a esfinge é toda de areia, mamis optou em nos esperar na entrada. Foi uma pena, pois ela não viu a esfinge de pertinho.
Assim que voltamos, encontramos com mamis e compramos para ela um copo de suco de morango e salgadinho. Gente, que delícia de suco. Grosso e muito saboroso. Vários locais vendem este tipo de suco no Cairo. Vale a pena.
Nós não fizemos nenhuma parada para comer. Essa foi nossa única reclamação do passeio. Se não fosse esse lanchinho, não conseguiríamos ficar de pé no restante do dia kkk.
Bom, depois da esfinge, fomos visitar uma fábrica de papiros. No local, assistimos à demonstrações de como é feito o material que é precursor do papel. A técnica foi desenvolvida por volta de 2500 a.C.. O papiro é muito resistente, inclusive à água.
Nós, como não poderia ser diferente, compramos dois papiros que brilham no escuro e ganhamos três marcadores de página com nossos nomes em hieroglifo.
Nossa próxima parada foi em uma escola, onde crianças que não têm condições de pagar pelos estudos, aprendem a fabricar tapetes.
O trabalho, permitido no Egito, é muito bem feito. Cada tapete mais lindo do que o outro. Mas também bem caro kk.
O último passeio do dia foi em Saqqara, necrópole da cidade de Memphis, a 33 quilômetros do Cairo, considerada o maior cemitério arqueológico do Egito, com seis quilômetros de comprimento.
A entrada no complexo custou, em abril de 2018, 120 Libras Egípcias por pessoa.
É lá que está localizada a primeira pirâmide de degraus do mundo, a Pirâmide de Djoser ou Pirâmide de Saqqara.
Construída por Imhotep, com 62 metros de altura (o túmulo mais alto da época) no ano de 2630 a.C., abrigava o corpo do faraó Djoser, da terceira dinastia. Aliás, Imhotep foi considerado o primeiro engenheiro e arquiteto da história.
Ainda em Saqqara, tivemos a oportunidade de entrar na pirâmide de Teti. É muito legal.
Lá dentro é proibido filmar ou fotografar, mas conseguimos fazer algumas fotos.
Essa é considerada a segunda pirâmide que contém textos gravados nas paredes. Por fora, ela não se parece muito com pirâmide. Parece um amontado de pedras. Mas por dentro está bem preservada.
O complexo ainda abriga várias estruturas funerárias de um período que se estende desde 3 mil a.C. até 950 d.C. Durante a visita, entramos em algumas tumbas que continham centenas de hieroglifos desenhados nas paredes.
É muito bacana ver de perto tanta história. As cenas retratam o dia a dia dos egípcios, como caça, pesca, pagamentos de impostos, animais, entre outras situações.
Tinha até representação da cobrança dos caloteiros da época kk. Poderíamos aprender algumas táticas e usar nos dias de hoje, hein!!!
Para fechar nosso primeiro dia no Egito, passamos em uma casa de câmbio para trocar nossos dólares por Libras Egípcias (e pagar o Ahmed, é claro, kk).
Também fomos a um Carrefour (sim, lá tem Carrefour kk) para comprarmos algumas coisinhas para nosso jantar, como pão de forma, salaminho, suco, além de doce de figo seco e de pêra, que o guia indicou para mamis.
Depois do nosso lanchinho no quarto (o único do dia kk), subimos para o terraço do hotel para assistirmos, de camarote, ao show de luzes e som que acontece todas as noites a partir das 19 horas no complexo das pirâmides.
Do hotel, dá para ver e ouvir tudo perfeitamente…
É um espetáculo lindo. As pessoas assistem das cadeiras, que estão posicionadas no Planalto de Gizé, bem pertinho dos monumentos.
O show de uma hora começa com a iluminação das pirâmides e da esfinge. Uma de cada vez. E, ao mesmo tempo, é contada a história das construções e tudo que as envolve. A narração é feita em vários idiomas, como inglês e espanhol.
Como disse, nós assistimos de camarote lá do alto. Dava para ver e ouvir tudo. É emocionante, principalmente pela música que cria um clima de mistério.
Quando as três pirâmides foram acesas de uma vez, eu e Danubia soltamos juntas um “nossa” tão emocionado que até agora arrepia. Nós até choramos de emoção.
O único problema era o vento frio que estava fazendo lá no alto. Aliás, é preciso destacar que nada fica limpo por ali. A areia do deserto voa para todos os lados o tempo inteiro. Eu mesma deixei meu celular por alguns segundos sobre a mesa e quando olhei, ele estava todo branco.
Foi por isso, aliás, que mamis nem quis tomar o café da manhã no outro dia. Disse ela que o lugar era muito sujo kk.
Após esse show de luzes maravilhoso, voltamos para o quarto, encerrando nosso primeiro dia no Cairo.
Ah, quando já estávamos dormindo, um homem bateu forte várias vezes na porta e começou a falar um monte de coisa em inglês. Como não entendíamos nada, ficamos com medo. Será terrorista? Ligamos para a recepção e o atendente veio até o nosso quarto.
Quando abrimos a gretinha da porta, ele nos explicou que o mocinho anterior estava entregando um “brinde da gerência” aos hóspedes: um pedaço de bolo para cada uma de nós.
Mas precisava ser tão tarde e insistir tanto? kkkk. Pelo menos o bolo estava gostoso.
2º dia – 23 de abril – Diário de Bordo – 2 dias no Cairo
Nosso segundo dia no Egito começou cedo. Às 8 horas, o Ahmed nos buscou no hotel e nós seguimos para a primeira programação do dia: o Museu do Cairo.
No caminho, fomos admirando a paisagem vermelha que forma o Cairo e o dia-a-dia do povo egípcio: casas sem reboco, sem telhado e algumas sem janelas (lá não chove e faz muito calor. Além disso, dizem que as pessoas não terminam suas casas para não pagarem impostos).
Buzinas e carros amassados, resultados de um trânsito caótico. Pessoas, atravessando as ruas no meio dos veículos sem medo ou receio. Vendedores ambulantes e muitas outras cenas.
É uma realidade sofrida. Diferente. Mas notamos que, mesmo com todas as dificuldades, o povo é muito feliz e simpático.
Já no Museu do Cairo, pudemos ver de perto um pouco mais da história egípcia. O museu é o principal do Egito, aberto em 1858.
Ele possui uma coleção com mais de 120 mil objetos antigos. Entre eles, está o enxoval de Tutankhamon, incluindo sua máscara mortuária de ouro. Também tem sarcófagos, estátuas, múmias (inclusive de animais), esfinges, entre outros. É muito bacana.
O museu é tão grande que demorariam dias para ver tudo. E, como nós não tínhamos todo esse tempo, o Ahmed fez de tudo para que conhecêssemos as obras principais.
O bilhete de entrada no Museu comprado junto com o da sala das múmias reais custava, em abril de 2018, 240 Libras Egípcias por pessoa.
A visita à sala, porém, é opcional e o ingresso individual estava sendo vendido a 150 Libras Egípcias, pagando à parte.
Além disso, é cobrada uma taxa de 50 Libras para fotografar. Embora eu e Danubia estivéssemos tirando fotos e filmando, compramos apenas um ticket e foi tranquilo.
A sala das múmias reais abriga os corpos de alguns dos faróis mais importantes da história egípcia, como as várias descendências de Ramsés, Tutmés II e Seti I.
Na verdade, são duas salas separadas com 12 múmias em cada uma. Gente essa é, sem dúvida, a parte que nós três mais gostamos. Uma pena que não é permitido filmar ou fotografar (eu bem que tentei, mas meu celular não colaborou e desligou quando entramos. Deve ser a maldição das múmias kkkk).
Mas é demais ver todas aquelas múmias com mais de quatro mil anos, com cabelos, unhas, dentes. Tudo muito bem preservado. É incrível e não tem palavra que possa descrever essa experiência.
Outra sala que não é permitido registrar é a com alguns dos pertences mais importantes e valiosos de Tutankhamon. Lá tem a sua máscara funerária de ouro puro, joias, sarcófago, entre outros objetos pessoais que foram encontrados em 1925 em sua tumba – intacta – no Vale dos Reis.
Além desta sala especial, alguns outros itens do faraó estão em exposição no museu (podendo ser fotografados), como a sua cadeira, chinelos, as três caixas mortuárias gigantes, entre outros.
Saindo do museu, seguimos para o bairro Cairo Copta. Chamado de Cairo Velho, por ser ali que a cidade foi fundada em 116 a.C. dentro das muralhas da Fortaleza de Babilônia, abriga importantes monumentos.
Entre eles, o Museu Copta, a igreja dos Santos Sérgio e Baco (onde está a cripta que foi habitada pela Família Sagrada), a Igreja Suspensa, a Igreja de São Jorge, bazar, sinagogas, entre outros.
O Cairo Copta, aliás, era a fortaleza do cristianismo no Egito até à época islâmica.
Em nosso tour, primeiro, entramos na Igreja Suspensa, que é a mais famosa do Cairo por ser a residência do papa copta.
O nome original é Igreja Ortodoxa Copta da Santa Virgem Maria, mas ela tem esse segundo nome, pois está no alto, já que foi construída no século III sobre um túnel da Fortaleza de Babilônia.
Depois da igreja Suspensa, entramos em um corredor estreito com muitas lojinhas (e onde compramos canecas, imãs de geladeira, pirâmides em miniatura e um sarcófago com uma ‘muminha’ dentro kk) e chegamos à igreja dos Santos Sérgio e Baco ou Abu Sarga.
Este foi um dos lugares mais apreciados por mamis. Afinal, a igreja foi construída onde, supostamente, a Família Sagrada – Jesus, Maria e José – viveu por alguns meses enquanto se escondia de Heródoto.
Além de linda, dentro da igreja está localizada uma cripta de 10 metros de profundidade que, segundo nos contou o guia Ahmed, é o local onde Jesus dormia.
A única reclamação de mamis foi que ela queria ficar ali por mais tempo para conversar com Jesus, kk.
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Lugar onde Jesus dormia com a Família Sagrada – Igreja dos Santos Sérgio no Cairo Copta – Diário de Bordo: 2 dias no Cairo |
Dali, seguimos para a sinagoga judia Ben Ezra. Lá dentro é muito bonito, mas não é permitido fotografar. Para entrar, é preciso passar pelo controle de raio-x como em vários lugares no Cairo.
O lugar é decorado com arabescos turcos, ouro e madrepérola. Como até o ano 882 ela era uma igreja cristã (foi vendida para os judeus para pagar os altos impostos cobrados pelo governo muçulmano), possui formato de basílica com dois andares: um para homens (embaixo) e outro para as mulheres (no alto). Mas também tem traços do islamismo e do judaísmo em várias partes.
Segundo o guia nos contou, a sinagoga foi construída no lugar onde Moisés teria sido encontrado pela filha do faraó ainda bebê (o encontro, aliás, teria sido nessa área onde mamis está sentada na foto de cima, que fica em frente à entrada do templo).
Também teria sido o lugar onde o profeta Jeremias reuniu o povo judeu depois que eles foram expulsos de Jerusalém. Essa teoria é mais aceita, inclusive, porque no local foram descobertos mais de 100 mil textos bíblicos e litúrgicos, documentos e cartas escritos em vários idiomas, como hebraico, árabe, persa, aramaico e iídiche.
Todo esse passeio foi feito a pé dentro da cidade velha. Depois de algumas horinhas, paramos em frente à Mesquita de Amir ibne Alas, a mais antiga do Egito e do continente africano, construída em 642. Como não tínhamos muito tempo e apenas aguardaríamos o motorista, optamos por não entrar.
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Mesquita de Amir ibne Alas no Cairo Copta:a mais antiga do continente africano – Diário de Bordo: 2 dias no Cairo |
De lá, seguimos para uma fábrica de perfumes, onde aprendemos um pouco sobre as fragrâncias egípcias, e, por fim, para a Fortaleza de Saladino ou Cidadela de Saladino, onde está localizada a famosa Mesquita Mohamed Ali Pasha ou como é chamada: Mesquita de Alabastro, pelo uso do material em sua construção.
A entrada na Cidadela de Saladino é paga e, na data da nossa viagem, custou 100 Libras Egípcias por pessoa.
A mesquita é linda. Ela é toda decorada com alabastros e mármore branco. Foi construída em estilo turco entre 1828 e 1848 em memória do filho mais velho de Mohamed Ali Pasha, Tusum Pasha.
Com 82 metros de altura, está localizada no topo da Fortaleza de Saladino, de onde se tem uma das melhores vistas da cidade do Cairo. É na mesquita que também está enterrado o governante do Egito, Mohamed Ali.
Para entrar, é preciso tirar os sapatos. Mulheres devem estar cobertas com véu.
A cidadela de Saladino ainda conta com outros monumentos como outras mesquitas (Suleyman Pasha e Al-Nasir Muhammad), o Museu Nacional Militar, o Museu da Polícia, o Museu Palácio Al-Gawhara, o Museu da Carruagem e o Miradouro.
Nossa última parada do dia foi no famoso Bazar Khan-el-Khalili. O bazar é uma área comercial muito antiga, com quase mil anos.
É formado por várias ruazinhas recheadas de lojas e barracas com milhares de produtos: roupas, tecidos, sapatos, especiarias, joias, perfumes, souvenires variados, prataria, alimentos, animais, entre outros.
São cerca de quatro mil lojas espalhadas por aproximadamente 200 ruas. Imagina só o tamanho daquele lugar!!!
Nós entramos em uma parte, onde tem um enorme portão. Neste lado, porém, encontramos mais pratarias, joias, móveis, lamparinas (aliás, aos milhares kk), tapetes, barracas de comidas típicas e algumas mesquitas.
Mais para o final do bazar é que vimos aquilo que mais nos interessava: os típicos souvenires, como imãs de geladeira, canecas, pirâmides em miniatura, camisetas com desenhos típicos, entre outras maravilhas que fazem brilhar os olhos dos consumistas como mamis, que ama uma feira.
Mas, como já estávamos “pra lá de Bagdá” de tão cansadas, quase não conseguimos aproveitar o lugar. As pernas doíam demais kk. Sem contar que o Ahmed, embora maravilhoso, não deixava a gente se desgrudar dele nem por um minuto. Isso é que era proteção!!! Mas, por outro lado, não conseguimos ver as coisas com mais liberdade.
Os únicos produtos que compramos no bazar foram três camisetas de criança, mais imãs de geladeira e bolsinhas de dinheiro que mamis comprou duas kk.
Ah, também aproveitei e coloquei uma película de vidro no meu celular. Custou 7 dólares kk. Lembra que, lá em Paris, meu celular escorregou do colo e rachou a tela bem no Museu do Louvre? Então, quebrou em Paris e ganhou proteção no Egito. Tá muito fino.
Chamada para a reza – Uma coisa bem curiosa e diferente para nós ocidentais é o chamado para as rezas. Durante cinco vezes ao dia, os muçulmanos são alertados por altos-falantes instalados nas mesquitas que é chegada a hora de rezarem.
Nas ruas do bazar, tivemos a oportunidade de escutar um destes chamados. O Ahmed nos contou que eles devem rezar cinco vezes ao dia virados para Meca: ao alvorecer; ao meio-dia (quando o sol atinge seu ponto máximo); entre o meio-dia e o pô-do-sol; logo após o pôr-do-sol; e à noite, uma hora e meia depois que o sol se pôs.
Ele também explicou que os fiéis são “dispensados” da obrigação quando estão trabalhando e não há lugar adequado para a oração.
Inclusive no aeroporto de Istambul, onde estivemos em conexão por três vezes nesta viagem, tinham duas salinhas de orações. Uma para mulheres e outra para homens. Ao passar em frente às portas abertas, vimos muitas pessoas ajoelhadas e com as cabeças encostadas no chão, fazendo suas rezas.
Voltando ao nosso segundo dia no Cairo, depois de deixarmos o Bazar, paramos em uma farmácia para Danubia comprar um xarope (mais um né: já tínhamos comprado em Londres, Amsterdam, Paris e Roma. Tudo por conta da gripe danada que eu levei do Brasil para a Europa, passei para mamis e, nos últimos dias, para Danubia também kk) e para trocarmos as Libras Egípcias por dólar novamente.
Quem fez todas as negociações, inclusive na compra do remédio, foi o nosso querido guia Ahmed. Não nos preocupamos com nada nestes dois dias pela cidade. Empresa nota mil…
De volta ao hotel, tiramos um cochilo merecido e, enquanto mamis e Danubia continuaram deitadas, eu voltei para o terraço para assistir, novamente, ao show de som e luzes das pirâmides.
Desta vez, estava ventando menos e foi muito mais gostoso apreciar o espetáculo. Imagina se eu iria embora sem ver minhas queridinhas novamente. De jeito nenhum, né…
Por volta das 11 horas da noite, o Sherife, que foi com quem a gente tinha negociado todo o tour pelo Cairo, veio nos conhecer e receber pelo passeio contratado.
Muito simpático, ele ainda nos deu presentinho. Uma caixa com doces árabes. Foi muita gentileza. Nós amamos.
Passadas as despedidas, o Ahmed transferista nos levou de volta ao aeroporto. Lá, ele providenciou nossa entrada no primeiro raio-x (na porta principal), nosso check in e nos deixou encaminhadas na fila do controle de passaporte, encerrando nossos breves, mas maravilhosos, dois dias no Cairo.
Nosso avião estava marcado para deixar o Egito rumo a Istambul às 02:40 horas da manhã já do dia 24 de abril. O voo foi rapidinho, pouco mais de duas horas.
Ficamos em Istambul por quatro horas e, às 9:40 horas, embarcamos rumo a São Paulo em um voo de 13 horas seguidas, encerrando nossa viagem de 21 dias pela Europa e pela África.
Leia outros artigos sobre o Egito:
1 – Diário de Bordo: 2 dias no Cairo, Egito.
2 – Egito: Guia em português – Star Day Tour.
3 – Pirâmides do Egito por dentro: como visitar.
4 – Egito: Roteiro de 2 dias no Cairo.
5 – Pirâmide de Saqqara: como visitar a primeira pirâmide egípcia.
6 – Visto para o Egito: emitido no aeroporto do Cairo.
7 – O que fazer no Cairo, Egito: guia com 44 atrativos.
8 – Museu do Cairo: múmias reais e tesouros de Tutancâmon.
9 – Cairo Copta: o bairro dos cristãos no Egito.
10 – Cidadela de Saladino e a Mesquita de Mohamed Ali, Cairo.
11 – Khan El-Khalili: bazar do Cairo com quase mil anos.
NOSSO PARCEIRO NO CAIRO
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18 Comentários
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[…] viagem de 21 dias pela Europa e África. Se você ainda não leu, confira os detalhes no artigo Diário de Bordo: 2 dias no Cairo, Egito. Também tem detalhes no post onde contamos como é a visita às pirâmides de Gizé. Nós até […]
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[…] Durante 21 dias visitamos: Londres, Amsterdam, Paris, Veneza, Florença, Roma e o meu tão esperado Egito. Foi demais. E o ano ainda tiveram 12 dias no caribe (Curaçao, Aruba, Bonaire, Panamá e […]
Muito obrigada!!!
Nós encontramos ele na internet e conversamos pelo Facebook. Todos os nossos gastos lá no Cairo nós colcamos neste roteiro completo: dedmundoafora.com.br/2018/10/egito-roteiro-de-2-dias-no-cairo.html
E também tem esse post falando mais sobre o serviço do Sheriff: dedmundoafora.com.br/2018/06/egito-guia-em-portugues-star-day-tour.html
Espero que você tenha oportunidade de visitar o EGito. É maravilhoso. E se contratar o Sheriff, avisa que viu aqui no blog. Ele é muito confiável. Vale muito a pena. Bjsss
Muito obrigada Cynthia. Que bom que nossas experiências estão chegando para tanta gente… bjsss
Uma duvida, o Sherife, que foi com quem vcs tinham negociado todo o tour pelo Cairo, vcs contrataram como? Daqui do Brasil mesmo? qual foi o valor?
obrigada
melhor post que já li em todas minhas pesquisas de viagem pro Cairo. Parabens
OI. Temos uma página com todos os roteiros completos de nossas viagens. Lá tem os gastos completos em todas as cidades visitadas nestes 21 dias: Londres, Amsterdam, Paris, Veneza, Florença, Roma e Cairo. Está neste link: dedmundoafora.com.br/p/roteiros-de-viagem.html
queria saber o total gasto para viagem de 21 dias por pessoa: passagem(ida e volta), hospedagem, refeições, entrada para as pirâmides etc, mais ou menos. grato edu niteroi
Oi. Obrigada. Espero que as dicas te ajudem. Então, estamos preparando o post com o roteiro detalhado e os valores de cada coisa, mas adianto para você que a nossa média diária de gasto por pessoa no Cairo, em abril de 2018, foi de R$ 1653, incluindo passagens de avião de Roma para o Cairo e do Cairo para São Paulo, hospedagem, transfer, tour, ingressos, alimentação e comprinhas.
Obs: cotação do dólar a 3,44.
Espera só mais um pouquinho que vamos soltar este post completinho e você poderá ver detalhes do preço de cada coisa separado…. abraços
Não sei se perdi a informação pois seu post é rico em detalhes, mas queria saber o valor investido na viagem especificamente em Cairo .
Oi. Que bacana. Você vai amar o Cairo. Nós já queremos voltar….boa viagem. Se precisar de mais alguma dica, pode chamar!!!
Ola, li com muito interesse todas as suas dicas porque no proximo mês vou com a familia precisamente para o Cairo, vamos fazer o cruzeiro de 3 dias pelo Nilo de Luxor até Assuão e para finalizar vamos fazer uma visita de 1 dia a Alexandria. Cumprimentos de Portugal
Oi Gi. Obrigada pela visita. Espero que as dicas te ajudem quando for para lá. O Egito é incrível. vale a pena visitar… bjsss
Embora longo, li o post inteirinho e adorei cada dica e lugar visitado. As fotos estão incríveis, amei as aventuras da mamis com vocês. Que destino maravilhoso, o post é um verdadeiro guia para visitar este lugar incrível. Estão de parabéns por esta viagem especial, obrigada por compartilhar. Beijos.